Livre_expressao

sexta-feira, janeiro 13, 2012

Filhos. Só os tendo para sabê-lo. Será?

Pois é. Eis a questão do momento. Diz Vinícius de Moraes, no Poema Enjoadinho “Filhos... Filhos? Melhor não tê-los! Mas se não os temos, Como sabê-lo?”
Eu achava que ser mãe era balela.
Sempre quis tanto, que afirmava de boca cheia, que seria uma boa mãe em qualquer fase da minha vida. Tinha nascido para ser mãe.
Pouco antes de engravidar me veio uma crise. “Depois de ter filhos, a gente passa a viver para eles e por eles. Perde autonomia. Fica dependente de alguém que é dependente de você.
Não tem tempo para nada. Educar é difícil. Deve se desprender da vida social por um tempo.”
Fiquei em dúvida. Achei que não queria mais ter filhos.
Mas passou rápido. Logo resolvi que queria sim, e muito, engravidar.
Engravidei 3 meses depois da decisão.
A gravidez foi sofrível. Engordei muito, tive dor nas pernas, dos nas costas, fiquei muito inchada. Mesmo assim, diziam por aí que eu era uma grávida linda. Eu não achava.
Minha filha nasceu saudável e eu me senti a mãe cansada mais feliz do mundo. Ser mãe tem uma ‘coisa de bicho’. De repente sai uma criaturinha de dentro do seu corpo. Nunca tinha sentindo essa ‘coisa de pele’ como senti com a pele da minha filha. Eu fiquei viciada no contato com o corpinho dela, o calor dela no meu colo, o cheiro dela... é indescritível. É coisa de pele mesmo, coisa de bicho, de lamber a cria. Incrível. Nenhuma sensação que eu já havia tido no corpo se compara a ser mãe.
Chorei junto com ela nas crises de cólica, no nascimento dos dentes, nos primeiros tombos e vacinas. Vibrei com ela os primeiros passos e as primeiras palavras. Aplaudi da primeira fileira.
Hoje que sou mãe, olho prá trás e penso na minha afirmação de que eu seria uma boa mãe em qualquer fase da vida. É... hoje eu digo com toda certeza que não sei o que é ser uma boa mãe.
Digo que educar é uma eterna incógnita. Que não sei de nada. Que caminho no escuro na minha maternagem. Sigo instinto, intuição e algumas dicas de livros, sites e revistas. Mas ainda assim é um caminho incerto.
“Filhos... Filhos? Melhor não tê-los! Mas se não os temos, Como sabê-lo?”
Talvez nunca saibamos de nada. Talvez eu nunca tenha certeza se tracei o caminho certo ou o errado. E talvez, sei que é clichê dizer isso, mas talvez não haja apenas dois caminhos: o certo e o errado. Existe a mãe que eu consigo ser. E a filha que ela consegue ser, e mãe que ela me faz ser. E isso se constrói a cada dia. A cada crise de cólica, a cada tombo, a cada mal-criação que ela faz, a cada birra, a cada choro, a cada resfriado, dente que nasce, assadura e denguinho que ela me faz.
Ela vai se construindo como pessoa, com minha ajuda, e eu vou me construindo como mãe com a ajuda dela.
Agora, como sabê-lo? Vivendo. É verdade, Vinícius tinha razão.

Ariadne Catanzaro

2 Comments:

Anonymous waldeci said...

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7:19 AM  
Blogger Eu própria said...

Eu também sou mãe e sei precisamente do que está a falar. Sem dúvida é bem dificil educar os nossos filhos. Porque queremos o melhor para eles, queremos que não sofram, que sejam felizes, que não tenham preocupações, que façam o que é correcto...enfim queremos o impossível... qeremos que eles sejam perfeitos...com se isso fosse possível. Educamos os nossos filhos o melhor que sabemos e que podemos e isso deve bastar...

1:30 PM  

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