Livre_expressao

quinta-feira, agosto 30, 2007

Gritaria

Não me venha com gritaria
Foi você quem quis assim
Afastou-se dos sorrisos e das histórias que eu tinha para contar
Nem contou estrelas
Nem passeou na feira
Nem ficou acordado até amanhecer
A jogar conversa fora.
Não mostrou seu novo allstar
Não leu seu último poema
Não aceitou nem recusou.
Afastou-se disfarçadamente
E achou que eu não ia perceber.
Percebi
E o odiei por isso.
Por isso sim
E por mais um pouco
E por muito mais.
Agora tua gritaria me cansa
Me ensurdece
Me entedia
Me transborda.
Tua gritaria me aborrece.
E me envaidece.
Mas que boba sempre fui.
E agora?
Agora tanto faz.
Grite o quanto não quiser.
Eu não vou escutar.
Não me venha.
Porque eu não vou.

Ariadne Catanzaro

quinta-feira, agosto 23, 2007

Edna Vincent Millay (1892 - 1950)


E se eu te amasse na quarta
Não te amarei na quinta
Isto pode ser verdadeiro
Por que você reclama?
Te amei na quarta sim, e daí?

domingo, agosto 12, 2007

Ausente


É estranho quando o amado some
É diferente de quando morre
É diferente também de estar presente mesmo que distante,
Mesmo longe, mesmo sem ver...

Quando some é diferente
Morre no presente mas nunca se entende
E deixamos presente um ausente na gente
Que fica na superfície das coisas que amamos
Mas tão invisível que nunca se torna ciente

Quando não morre
Deixa um vazio na gente
Come-se um nós mesmos
Delira-se um alimento
Saudade deixa pendente e não tira fome
Porque é vazio que se come
Come-se só o que se some
Fica sem ente, fica sem outro e nada entre

Existe um não-existe, mundo de Tânatos
Morre-se mas mantêm-se entre
Não morre
Está, mas some
Fica no deve ter morrido
Paixão deve tê-lo engolido
Não reconhece-se mais entre nós
Morre e fica sempre a morrer
Some e fica entre nós como fantasma da gente.



Felipe Adam

quinta-feira, agosto 09, 2007

é filme brasileiro, heim!

Recebi por email, e divulgo aqui no blog.

Ariadne

Matéria Jornal Extra RJ

"É filme brasileiro, tá?"
Essa história me foi contada por uma grande amiga. Querendo pegar um cineminha, ela se dirigiu ao Cinemark Dowtown, na Barra. Como o filme que procurava esgotou-se, resolveu assistir ao longa de Jorge Furtado "Saneamento básico", que era o único com horário minimamente próximo.
Assim que pediu os ingressos, ouviu da bilheteira: "É filme brasileiro, tá?"
Sem entender a frase, resolveu perguntar o porquê de tal alerta. Segundo essa minha amiga, a simpática senhorinha da bilheteria afirmou que essa era uma recomendação da direção do cinema.
Ou seja: antes de deixar o espectador "fazer a besteira" de ver um filme nacional, o multiplex teria como regra informar ao cliente a procedência da fita a ser assistida. Agora, eu pergunto: qual seria a razão disso? Os filmes nacionais são tão ruins assim? E você, leitor, fica chateado quando chega a um cinema e só tem ingresso para filme brasileiro?
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Este tipo de atitude não pode passar em branco. Vamos inundar a sessão "FaleConosco" do site do Cinemark cobrando explicações sobre o ocorrido.Não podemos ficar de braços cruzados, assim fica fácil alegar que cinemabrasileiro não tem público se para assistí-lo o público tem que ultrapassara barreira da "senhorinha simpática da bilheteria".Eu já enviei minha mensagem e acho que aqueles ligados a AR e outrasassociações de classe, cineclubes e todo o profissional, torcedor ouespectador de cinema nacional deve fazer o mesmo.

Segue a mensagem encaminhada para o site:

Prezados Senhores,

Sou cliente das salas desta rede em Porto Alegre/RS. E quero manifestar meuprofundo descontentamento com a matéria veiculada no Jornal Extra do RJ eamplamente divulgada pela internet, onde uma espectadora ao comprar ingressopara o filme "Saneamento Básico - O Filme " de Jorge Furtado, foi alertadasobre o fato de ser "filme nacional".
Como cineasta me sinto ofendido edeixo claro que a partir de hoje não pretendo mais freqüentar este ambienteque de maneira torpe desrespeita nossa cinematografia. E ajudarei no que forpreciso para divulgar a atitude indicada pela direção desta empresa.
Atenciosamente,

Alex Sander de Oliveira